A Pastoral Juvenil da nossa Diocese promoveu uma peregrinação ao
Santuário de Fátima nos dias 29 junho a 1 de julho. Nesta segunda edição do
“Passo a passo chegamos à santidade”, os cerca de 20 jovens peregrinos tiveram
como padroeiros Santa Catarina de Sena e o beato Pier Giorgio Frassati. Aqui
fica o testemunho da Sílvia Leite, de Tomar.
”Vamos começar meus caros! Encontramo-nos
no largo da Igreja!”, foi assim que começou uma história escrita por Deus.
Lembro-me que a primeira subida
parecia que ia dar ao céu e mal sabia eu que aqueles dias iam ser um pouco disso
mesmo!
Caminhámos bastante, sozinhos ou acompanhados, a conversar ou em
silêncio. Via-me rodeada de pessoas firmes, devotas e atentas, com um reflexo
inconfundível – o de Deus. A paisagem era arrebatadora, tudo à minha volta brilhava,
sentia-me dentro de um quadro pintado por Alguém cujo Amor me esmagava e fazia
sorrir. Nem me lembrava das dores nos pés, eram secundárias perante aquela
grandeza. Sentir dor não era novo para mim, mas torna-la secundária nem sempre
é possível. É fácil ficar presa nas dores da vida, nos meus problemas e
esquecer-me da imensidão de Amor que me rodeia na natureza, nas pessoas e até
mesmo na minha vida.
Sentia-me pequenina, incapaz de expressar-me por palavras. Percebi que
não estava ali porque me apetecera ir, estava ali porque Alguém queria que eu
estivesse e tinha construído tudo aquilo e sentir isso na pele tirou-me o
folego.
Aquela atmosfera fez com que caminhasse também pela vida e tentando
confrontar o que sou com o Tudo que Deus é, deu para perceber que a sintonia
nem sempre é perfeita, o que causava inquietação e alguma angústia. Mas, mais
uma vez, foi a vida dos que partilhavam comigo aquela pintura que me relembrou
que Maria estava disposta a guardar as nossas preocupações e a entrega-las ao
Pai. Senti que a Fé é mesmo para ser partilhada, por mais que possa custar, a
Fé que temos vem d’Ele e se nos foi dada é também dando que a fazemos crescer e
transformamos o que tiver que ser transformado.
A chegada ao Santuário foi “qualquer coisa”. Foram as mãos apertadas
dos que passaram dois dias comigo, foi a segurança, foi o silêncio que tocava o
Céu, foi a oferta de cada inquietação e dor, foi o abraço que só o Amor de Deus
pode dar, foi a Paz.
Na partida as palavras tinham sido escolhidas por Ele: ”Não temas,
basta que tenhas Fé”. A alegria era muita por ter sido capaz, por me sentir
muito amada e por me sentir capaz de tudo o que Ele quisesse.
Foi assim, uma história que não tem fim, mas com vários finais felizes
que se medem pela intensidade com que se vive cada momento presente.
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