Hoje dia 5 de outubro de 2012,
reuniu-se, no convento de São Francisco em Santarém, a Diocese de Santarém em
Assembleia diocesana. Vigararias, paróquias, grupos, movimentos, secretariados
e serviços diocesanos estiveram presentes para partilhar desta oportunidade de
iniciar o ano pastoral em comunhão com o nosso Bispo e com a Igreja à Luz da
Porta da Fé que abre e que o nosso Papa nos convida a abrir no íntimo do nosso
coração.
Como
cristãos iniciámos o encontro com a oração de Laudes seguida da apresentação
dos presentes, por forma a nos conhecermos ou, melhor, a nos reconhecermos e
identificarmos como irmãos no mesmo Cristo, Filhos do mesmo Deus, enviados e
inspirados pelo mesmo Espírito.
O
encontro continuou com a intervenção do nosso Bispo, D. Manuel Pelino, que nos
apresentou este ano da Fé, que inicia oficialmente no próximo dia 14 de
Outubro, mas também a Carta pastoral “Felizes os que acreditam”, por si
escrita, e que confia ao povo de Deus da nossa diocese para seu crescimento e
comunhão.
Este
ano que agora principia perspectiva-se ser um ano muito cheio e que nos convida
a preenchermo-nos cada vez mais de Jesus. Celebramos neste ano os 50 anos da
abertura do Concílio Vaticano II, os 20 anos da publicação do catecismo da Ig.
Católica e vai-se realizar também este ano, o Sínodo dos Bispos sobre a Nova
Evangelização. É uma oportunidade soberana para descobrirmos respostas para a
crise de fé que estamos a viver. A fé cristã que foi a alma da Europa parece
neste momento em declínio. A Fé é uma experiência de intimidade com Deus, da Sua
presença na nossa vida. Mais do que uma iniciativa nossa, é dom de Deus que nos
escolhe e escolhe fazer presença nas nossas fragilidades.
A fé
alimenta-se e o seu alimento primordial é a oração e a crise começa aqui mesmo:
nós rezamos pouco, lemos pouco a bíblia, trazemos pouco Deus para as nossas
vidas. Precisamos do Ano da Fé tanto a nível de esclarecimento como de
experiência interior. E estas duas dimensões são paralelas, alimentam-se uma à
outra no crescimento do homem para Deus. A Fé é a adesão ao Invisível, é a “Garantia
das realidades que esperamos e a certeza das que não vemos” (Carta aos Hebreus)
e é por Cristo que mergulhamos neste mistério. Cristo é a Porta que nos leva a
ver Deus sendo este o objectivo do cristão: ver Deus nos outros, nos sacramentos,
na Palavra, e, em última análise, na nossa própria vida.
Desde que
a Fé entrou em crise, o humanismo também entrou em crise. O homem ficou mais
empobrecido, mais vazio, mais afastado de si mesmo porque afastado de Deus. Por
isso este Ano da Fé também é o ano da missão. É o ano em que somos convidados a
sermos testemunhas, exemplos vivos da presença do Senhor nosso Deus, que nos
transforma, renova e eleva para si.
A
Palavra de Deus, que somos chamados a transmitir e testemunhar, tem autonomia e
tem no Espírito a sua Fonte. Somos chamados a transmiti-la sem preconceitos e
não podemos neste processo, à partida, pressupor a Fé. (PF 2). Há que evangelizar
de novo, começar pelo início, pelo basilar, pelo que é característico da Fé que
professamos e rezamos no Credo. Para isso temos de combater o desânimo e recuperar
o dinamismo missionário. Temos que ir chamar os irmãos afastados e fazer com
eles a experiência interior de que Cristo está vivo e que quer fazer morada em
nós de forma a que essa experiencia nos transforme e, desse modo, transforme o
mundo. Há que promover a conversão para, dessa forma, fazermos da Fé um novo
critério de vida. Um critério que nasce da proximidade e intimidade que
partilhamos com o Senhor Deus.
Com
isto em mente o nosso Bispo propõe cinco linhas de acção principais para este
ano:
1.
Renovar percursos de iniciação da fé.
2.
Inspirar a acção pastoral na pedagogia
catecumenal.
3.
Preparar e viver a liturgia de forma festiva e
espiritual.
4.
Formar os fiéis.
5.
Criar iniciativas que facilitem a aproximação
dos afastados.
Para concretizar estas linhas de acção, propõe o nosso bispo
uma atenção particular à preparação dos sacramentos, ao primeiro anúncio e à
promoção séria e profunda da formação laical.
Celebramos
os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II. Das conclusões deste ainda muito
há por concretizar. Para nos ajudar a conhecer melhor este “Pentecostes” do
Sec. XX, e não só, irão realizar-se 3 encontros de formação por vigararia em
que serão abordados alguns documentos
conciliares (Lumen Gentium, Dei Verbum,
Sacrosanctum Concilium e Gaudium et Spes) e o Evangelho segundo São Lucas
(que nos vai acompanhar neste ano C que começa agora no Advento). Para
completar este percurso de formação e também lhe dar um sentido orante de
comunhão ir-se-ão realizar celebrações vicariais.
Celebramos,
também este ano, os 20 anos da
publicação do catecismo da Igreja católica e como tal vamos ser convidados a
redescobrir o credo e o símbolo dos
Apóstolos como oração e identidade da nossa Fé.
De uma
forma particular, a nossa Igreja Diocesana celebra este ano pastoral os 25 de
episcopado do nosso Bispo. Para marcar esta data celebraremos a 13 de Março de
2013 o Jubileu Episcopal que nos ajudará a conhecer, meditar e interiorizar o
ministério do cristão e do Bispo, que consciente de que é Deus quem abre a
Porta da Fé aos homens, é o irmão que contribui para a alegria do povo de Deus.
É o sucessor dos apóstolos que trabalha no sentido de criar harmonia entre os
irmãos (“Como é bom e agradável viverem os irmãos em harmonia”), vivendo um
amor sem descanso nem cansaço (“Quem ama verdadeiramente, não se cansa nem
descansa” - S. João da Cruz).
O Bispo
é construtor priveligiado de um modo novo e rejuvenescido de se ser cristão
onde cada um vê o outro como família, parte de um todo maior que caminha com o
mesmo sentido, com um desejo profundo de uma santidade que se concretiza no
real das vidas de todos e de cada um. Vidas que têm a sua fonte no amor e na
adoração do Senhor Jesus, que se reconciliam com as suas quedas e fracassos e são
capazes de aprender com os insucessos e que, no fim transbordam da verdadeira
alegria na Vida Nova de Cristo.
Da parte da tarde foram apresentadas, segundo estas linhas,
as propostas concretas de cada secretariado e serviço diocesano, tendo
terminado a Assembleia com a Eucaristia na nossa Sé catedral, presidida pelo Sr.
Bispo.
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