sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Assembleia Diocesana


Hoje dia 5 de outubro de 2012, reuniu-se, no convento de São Francisco em Santarém, a Diocese de Santarém em Assembleia diocesana. Vigararias, paróquias, grupos, movimentos, secretariados e serviços diocesanos estiveram presentes para partilhar desta oportunidade de iniciar o ano pastoral em comunhão com o nosso Bispo e com a Igreja à Luz da Porta da Fé que abre e que o nosso Papa nos convida a abrir no íntimo do nosso coração.
                Como cristãos iniciámos o encontro com a oração de Laudes seguida da apresentação dos presentes, por forma a nos conhecermos ou, melhor, a nos reconhecermos e identificarmos como irmãos no mesmo Cristo, Filhos do mesmo Deus, enviados e inspirados pelo mesmo Espírito.
                O encontro continuou com a intervenção do nosso Bispo, D. Manuel Pelino, que nos apresentou este ano da Fé, que inicia oficialmente no próximo dia 14 de Outubro, mas também a Carta pastoral “Felizes os que acreditam”, por si escrita, e que confia ao povo de Deus da nossa diocese para seu crescimento e comunhão.
                Este ano que agora principia perspectiva-se ser um ano muito cheio e que nos convida a preenchermo-nos cada vez mais de Jesus. Celebramos neste ano os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, os 20 anos da publicação do catecismo da Ig. Católica e vai-se realizar também este ano, o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização. É uma oportunidade soberana para descobrirmos respostas para a crise de fé que estamos a viver. A fé cristã que foi a alma da Europa parece neste momento em declínio. A Fé é uma experiência de intimidade com Deus, da Sua presença na nossa vida. Mais do que uma iniciativa nossa, é dom de Deus que nos escolhe e escolhe fazer presença nas nossas fragilidades.
                A fé alimenta-se e o seu alimento primordial é a oração e a crise começa aqui mesmo: nós rezamos pouco, lemos pouco a bíblia, trazemos pouco Deus para as nossas vidas. Precisamos do Ano da Fé tanto a nível de esclarecimento como de experiência interior. E estas duas dimensões são paralelas, alimentam-se uma à outra no crescimento do homem para Deus. A Fé é a adesão ao Invisível, é a “Garantia das realidades que esperamos e a certeza das que não vemos” (Carta aos Hebreus) e é por Cristo que mergulhamos neste mistério. Cristo é a Porta que nos leva a ver Deus sendo este o objectivo do cristão: ver Deus nos outros, nos sacramentos, na Palavra, e, em última análise, na nossa própria vida.
                Desde que a Fé entrou em crise, o humanismo também entrou em crise. O homem ficou mais empobrecido, mais vazio, mais afastado de si mesmo porque afastado de Deus. Por isso este Ano da Fé também é o ano da missão. É o ano em que somos convidados a sermos testemunhas, exemplos vivos da presença do Senhor nosso Deus, que nos transforma, renova e eleva para si.
                A Palavra de Deus, que somos chamados a transmitir e testemunhar, tem autonomia e tem no Espírito a sua Fonte. Somos chamados a transmiti-la sem preconceitos e não podemos neste processo, à partida, pressupor a Fé. (PF 2). Há que evangelizar de novo, começar pelo início, pelo basilar, pelo que é característico da Fé que professamos e rezamos no Credo. Para isso temos de combater o desânimo e recuperar o dinamismo missionário. Temos que ir chamar os irmãos afastados e fazer com eles a experiência interior de que Cristo está vivo e que quer fazer morada em nós de forma a que essa experiencia nos transforme e, desse modo, transforme o mundo. Há que promover a conversão para, dessa forma, fazermos da Fé um novo critério de vida. Um critério que nasce da proximidade e intimidade que partilhamos com o Senhor Deus.
                Com isto em mente o nosso Bispo propõe cinco linhas de acção principais para este ano:
1.      Renovar percursos de iniciação da fé.
2.      Inspirar a acção pastoral na pedagogia catecumenal.
3.      Preparar e viver a liturgia de forma festiva e espiritual.
4.      Formar os fiéis.
5.      Criar iniciativas que facilitem a aproximação dos afastados.
Para concretizar estas linhas de acção, propõe o nosso bispo uma atenção particular à preparação dos sacramentos, ao primeiro anúncio e à promoção séria e profunda da formação laical.
                Celebramos os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II. Das conclusões deste ainda muito há por concretizar. Para nos ajudar a conhecer melhor este “Pentecostes” do Sec. XX, e não só, irão realizar-se 3 encontros de formação por vigararia em que serão abordados  alguns documentos conciliares (Lumen Gentium, Dei Verbum, Sacrosanctum Concilium e Gaudium et Spes) e o Evangelho segundo São Lucas (que nos vai acompanhar neste ano C que começa agora no Advento). Para completar este percurso de formação e também lhe dar um sentido orante de comunhão ir-se-ão realizar celebrações vicariais.
                Celebramos, também este ano,  os 20 anos da publicação do catecismo da Igreja católica e como tal vamos ser convidados a redescobrir o credo  e o símbolo dos Apóstolos como oração e identidade da nossa Fé.
                De uma forma particular, a nossa Igreja Diocesana celebra este ano pastoral os 25 de episcopado do nosso Bispo. Para marcar esta data celebraremos a 13 de Março de 2013 o Jubileu Episcopal que nos ajudará a conhecer, meditar e interiorizar o ministério do cristão e do Bispo, que consciente de que é Deus quem abre a Porta da Fé aos homens, é o irmão que contribui para a alegria do povo de Deus. É o sucessor dos apóstolos que trabalha no sentido de criar harmonia entre os irmãos (“Como é bom e agradável viverem os irmãos em harmonia”), vivendo um amor sem descanso nem cansaço (“Quem ama verdadeiramente, não se cansa nem descansa” - S. João da Cruz).
                O Bispo é construtor priveligiado de um modo novo e rejuvenescido de se ser cristão onde cada um vê o outro como família, parte de um todo maior que caminha com o mesmo sentido, com um desejo profundo de uma santidade que se concretiza no real das vidas de todos e de cada um. Vidas que têm a sua fonte no amor e na adoração do Senhor Jesus, que se reconciliam com as suas quedas e fracassos e são capazes de aprender com os insucessos e que, no fim transbordam da verdadeira alegria na Vida Nova de Cristo.
Da parte da tarde foram apresentadas, segundo estas linhas, as propostas concretas de cada secretariado e serviço diocesano, tendo terminado a Assembleia com a Eucaristia na nossa Sé catedral, presidida pelo Sr. Bispo.

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